Sinopse

"Sempre que nos acontece algo inesperado e ruim simplesmente perdemos o chão. Foi assim com o Bruno, mas eu fiz questão de estar ali para dar uma força pra ele. E só por um segundo e meio quis estar no lugar dele, para que ele não estivesse sofrendo. Mas a vida continuou depois daquela noite (infelizmente), e quando começou a chover forte e cair uma tempestade daquelas, Bruno me pediu algo no qual eu nunca imaginei que ele me pediria tão cedo"

Capítulos

27.9.11

4 Um belo garoto cabulando aula.

Depois de vários minutos de gritos e berros, de minutos intermináveis de avaliação do meu pé (ou tornozelo, sei lá, a dor era tanta que nem consegui prestar atenção nisso), e de saber que tudo o que estava acontecendo era “apenas” uma luxação, a mocinha virou pra mim e perguntou;
- O que te aconteceu guria?
- Derrubaram um daqueles carrinhos gigantes de tinta em mim.
- Nossa, mas como você está se sentindo agora? – Perguntou-me o garoto. A enfermeira virou-se para ele com uma expressão de fúria.
- Bruno! Posso saber o que o senhor estava fazendo pelo corredor a uma hora dessas?! Aposto que não estava esperando que uma garota levasse um tombo para salvá-la.
ESPERE UM INSTANTE! Ela disse “Bruno”?!?! Caraca! Eu não tinha percebido que aquele era nem mais nem menos mais “cobiçado” pelas garotas, o garoto mais calado, o garoto que é sempre seco e mal educado com todos que nunca dava atenção para as dezenas de garotas que babavam por ele! Mas pêra aí por que ele tinha sido tão atencioso comigo?!
- Eu estava voltando do banheiro. – Mentiroso! Ele estava cabulando aula! - Já estava voltando para a sala.
- Sei... Então você já pode voltar para sua sala de aula enquanto eu tento descobrir quem é esta menina debaixo de tanta tinta. Pode ir.
- Tudo bem. – Ele olhou para mim – Se cuida viu – Virou as costas e saiu.
- E você mocinha?
- Eu o quê? – Perguntei quase sem voz.
- O que a senhorita estava fazendo pelo corredor desse jeito?!
- Eu estava ajudando a organizar a feira de ciências, daí aquela imbecil da Cristina derrubou o carrinho de tintas em mim, daí quando eu fui para o banheiro e acabei caindo no meio do caminho.
- Entendi. Bem, então agora vamos dar um jeito de arrumar alguma roupa limpa pra você, acho que tenho alguns uniformes aqui que podem servir em você.

3 Senhora Arco-Íris o desastre em pessoa.

Um carrinho inteiro caiu em cima de mim, ou seja, todas aquelas latas cheias de tintas me deram um banho, um belo banho por sinal. Fui correndo para o banheiro feminino, mas eu estava tão pegajosa e escorregadia que levei um tombo FEIO! Correndo feito louca pelo corredor do colégio bem no meio do caminho eu com o tênis já escorregadio de tanta tinta escorrendo pelo corpo todo, e o chão tão bem encerado fui ao chão de um modo MUITO cômico. Cômico e doloroso. Senti um arrepio percorrer pela espinha só pelo susto que tomei.
- Você está bem? - Me perguntou um garoto alto (Bem, parecia alto já que ele estava de pé e eu espatifada no chão) de cabelos pretos, muito pretos, pele clara, e olhos azuis como o mar, muito azuis pareciam até lentes de contato (mas eram de verdade).
- Acho que não - Eu estava sentindo tanta dor que minha voz estava um fiasco, mal conseguia falar.
- Quer que eu te dê uma mãozinha até a enfermaria? - Disse ele enquanto cuidadosamente ajudava a me levantar.
- Acho que consigo ir sozinha – Plaft! Fui ao chão novamente, não me aguentava em pé – AIIIIIÍ!!
- Nossa! Vô te levar agora pra lá! - Ele me pegou no colo de um jeito mais cuidado ainda de quando me ajudou a ficar em pé e foi correndo comigo para a enfermaria.
A mocinha da enfermagem se assustou quando viu uma garota parecendo um arco-íris com um cheiro terrivelmente forte de tinta gritando sem parar de dor, um garoto desesperado com a louca do arco-íris no colo.
- Meu Deus! O que aconteceu?!
- Ela caiu!
- Ai meu Deus! Ta doendo muito! – Gritei desesperadamente.
- Coloca ela aqui - Apontou ela pra uma “cama”, e de uma forma bem cuidadosa e habilidosa a enfermeira tentou me acalmar, tocou com mais cuidado ainda em alguns pontos do meu pé, fez uns trecos lá e depois de um tempo (um longo tempo), minha dor já tinha se amenizado, o garoto atento olhando o tempo todo a todos os movimentos da moça - Você tem sorte. Por um pouquinho não torceu o tornozelo. Foi apenas uma luxação.

2 Um banho diferente nunca faz mal!

Já que eu te falei da minha vida, está na hora de começar a contar a história. Tudo começou no colégio. Cristina estava ajudando a organizar a feira de ciências que ia ter e infelizmente a responsável geral da feira, a professora de ciências, pediu que eu também ajudasse e se Cristina estava lá não significaria algo bom.
- Cristina, ajude a Lúcia a organizar alguns cartazes. - Disse a professora.
- Mas ela está indo muito bem sozinha.
- Uma ajuda de vez em quando não faz mal sabia? Vai ajudar sua prima.
A verdade é que a Cristina não queria ajudar em nada, só se ofereceu a ajudar por que não queria ficar na aula de matemática, nem ela e nem as amigas dela. Ela chegou perto de mim e eu logo disse:
- Não se preocupe, já estou terminando isto aqui, falta pouco para terminarmos.
- Menos mal. - Como sempre ela é arrogante, mas eu já estava acostumada com esse jeitinho dela.
- Mas sabe... Tenho que ir ao banheiro termine isto aqui enquanto vou lá.
- Ah não! Fica aqui pra me ajudar! O que custa você me ajudar?! – disse ela aos berros.
- Mas eu já fiz mais que a metade!
- Ajudar é uma coisa, fazer tudo é outra!
- Ok. Mas eu já fiz quase tudo sozinha, o que custa você me ajudar?
- Custa muito.
- Garotas! Será que vocês não conseguem ficar um minutinho sem brigarem? - Nos interrompeu a professora.
- Ficamos sim. Só que a Lucia quer sair e deixar tudo pra mim!
- Não quero não! Só disse que iria ao banheiro! Enquanto estávamos discutindo, um carrinho de tintas começa a passar na nossa frente.
-Escutem garotas vamos parar com isso agora! Duas excelentes alunas não podem ficar numa gritaria dessas!
- Tudo bem professora, mas fala pra Lucia deixar de ser preguiçosa!
- Que Mané preguiçosa garota! Se toca! Eu fiz tudo sozinha não tem quase mais nada para fazer! Só pedi pra você adiantar um pouco pra mim enquanto fosse no banheiro!
- Você inventou essa história de banheiro! Você ta é com preguiça, ta querendo deixar tudo pra mim – diz Cristina sacudindo os braços-, pára de ser preguiçosa – sacudindo os braços ela bate no carrinho de tintas, que despenca todinho em cima de mim.
- Olha o que você fez Cristina! Agora estou toda suja! Tem tinta até no meu cabelo!
- Cristina você vai terminar este trabalho sozinha agora. Lúcia você vai agora dar um jeito de lavar seu rosto. Ordenou a professora.