Um carrinho inteiro caiu em cima de mim, ou seja, todas aquelas latas cheias de tintas me deram um banho, um belo banho por sinal. Fui correndo para o banheiro feminino, mas eu estava tão pegajosa e escorregadia que levei um tombo FEIO! Correndo feito louca pelo corredor do colégio bem no meio do caminho eu com o tênis já escorregadio de tanta tinta escorrendo pelo corpo todo, e o chão tão bem encerado fui ao chão de um modo MUITO cômico. Cômico e doloroso. Senti um arrepio percorrer pela espinha só pelo susto que tomei.
- Você está bem? - Me perguntou um garoto alto (Bem, parecia alto já que ele estava de pé e eu espatifada no chão) de cabelos pretos, muito pretos, pele clara, e olhos azuis como o mar, muito azuis pareciam até lentes de contato (mas eram de verdade).
- Acho que não - Eu estava sentindo tanta dor que minha voz estava um fiasco, mal conseguia falar.
- Quer que eu te dê uma mãozinha até a enfermaria? - Disse ele enquanto cuidadosamente ajudava a me levantar.
- Acho que consigo ir sozinha – Plaft! Fui ao chão novamente, não me aguentava em pé – AIIIIIÍ!!
- Nossa! Vô te levar agora pra lá! - Ele me pegou no colo de um jeito mais cuidado ainda de quando me ajudou a ficar em pé e foi correndo comigo para a enfermaria.
A mocinha da enfermagem se assustou quando viu uma garota parecendo um arco-íris com um cheiro terrivelmente forte de tinta gritando sem parar de dor, um garoto desesperado com a louca do arco-íris no colo.
- Meu Deus! O que aconteceu?!
- Ela caiu!
- Ai meu Deus! Ta doendo muito! – Gritei desesperadamente.
- Coloca ela aqui - Apontou ela pra uma “cama”, e de uma forma bem cuidadosa e habilidosa a enfermeira tentou me acalmar, tocou com mais cuidado ainda em alguns pontos do meu pé, fez uns trecos lá e depois de um tempo (um longo tempo), minha dor já tinha se amenizado, o garoto atento olhando o tempo todo a todos os movimentos da moça - Você tem sorte. Por um pouquinho não torceu o tornozelo. Foi apenas uma luxação.
Sinopse
"Sempre que nos acontece algo inesperado e ruim simplesmente perdemos o chão. Foi assim com o Bruno, mas eu fiz questão de estar ali para dar uma força pra ele. E só por um segundo e meio quis estar no lugar dele, para que ele não estivesse sofrendo. Mas a vida continuou depois daquela noite (infelizmente), e quando começou a chover forte e cair uma tempestade daquelas, Bruno me pediu algo no qual eu nunca imaginei que ele me pediria tão cedo"
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